Briga e bate boca na Câmara de vereadores de Sinop

Gritos, troca de ofensas e a iminência de dois vereadores saírem no soco. Foi assim que terminou o expediente da Câmara de vereadores de Sinop nesta segunda-feira (28), logo após a sessão. A confusão assustou boa parte dos servidores da casa de leis. O fogo da fúria que incendiou o gabinete, longe das câmeras e do público, foi aceso em plena sessão.

Foi na hora em que as indicações estavam sendo votadas. Indicações são aqueles projetos, feitos pelos vereadores, que funcionam basicamente como uma “sugestão” formal. Não tem peso de lei. São apenas uma recomendação para os poderes executivos. Celsinho do Sopão apresentou duas naquela sessão – pertinentes até. Assim que as indicações em bloco foram lidas, o vereador tomou a dianteira e abriu a rodada de discussão dos projetos.

Celsinho fez a defesa das suas indicações, explicou a relevância, pediu a aprovação dos demais colegas e entregou o microfone. Então, saiu do plenário, indo para a parte de trás, onde tem uma copa, banheiros e mais para longe, os gabinetes. Nesse momento que Celsinho se afastou, dos 15 vereadores, 7 estavam devidamente sentados em suas cadeiras – só para constar.

A sessão seguiu com outros vereadores comentando suas indicações. Primeiro Célio Garcia, depois Juventino Silva e por fim Hedvaldo Costa. Isso durou 9 minutos. Discussões encerradas, era hora de colocar em votação as indicações (mera formalidade já que na história da Câmara de Sinop, nunca uma indicação foi reprovada).

Para surpresa de quem conhece os ritos, o presidente da Câmara, Élbio Volkweis decide retirar da pauta as indicações do vereador Celsinho. Mesmo após as indicações terem sido inseridas na pauta, lidas e defendidas pelo vereador, o presidente, a toque de garganta, mandou para gaveta os projetos do Sopão.

O motivo? Celsinho não estava no plenário. “Toda santa vez precisa esperar alguém voltar para votar as indicações”, praguejou Élbio no microfone da presidência. E assim foi. Votou todas as indicações, menos as do Celsinho.

Cinco minutos depois do show de autoridade, Celsinho voltava para o plenário e logo depois a sessão encerrou. O vereador nem se deu conta.

É praxe retirar uma indicação de pauta quando o vereador não comparece à sessão. Essa prática é mais para dar a chance do vereador fazer a defesa e a apresentação da sua sugestão. Celsinho estava na sessão, registrou presença e comentou suas indicações. Além disso, ele ainda estava presente na casa de leis.

Celsinho não gostou do puxão de orelha gratuita e ligou para o presidente depois da sessão, afim de compreender o ocorrido. Ao invés de esfriar, Élbio elevou a temperatura, chegando no gabinete do vereador Celsinho igual uma chaleira: vermelho e chiando. Os bons modos foram correspondidos. A cada grito do presidente, Sopão revidava. Quem presenciou a cena afirma que ambos só não se engalfinharam no soco porque os assessores apartaram o vereador que teve suas indicações tomadas. Foi barulhento, mas ninguém se feriu. Pelo menos não fisicamente…

Os destempero e a truculência não são características que combinem com a presidência de uma Câmara legisladora. Nesse mesmo dia Élbio já havia interrompido a fala da única vereadora na casa de leis e se dirigido a ela sem o devido tratamento formal que o decoro exige. Depois que a vereadora externou seu descontentamento com a falta de postura, Élbio ordenou que ela continuasse a fala. “Por muito menos para a população preta e trabalhadora da cidade foi chamada a policia. Eu não sei por que o senhor tem direito de fazer tudo que faz”, disse a vereadora Graciela Santos após a discussão com o presidente.

Sabem o que dizem dos homens que gritam grosso?

Eles têm argumento pequeno.

Maracujina presidente.

GALERIA DE FOTOS

Gostou? compartilhe
COMENTÁRIOS
VEJA TAMBÉM
plugins premium WordPress