A Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá recebeu, na tarde desta segunda-feira (4), o pedido de afastamento cautelar contra o tenente-coronel Paccola (Republicanos), que é investigado por matar o agente de segurança socioeducativo Alexandre Miyagawa, a tiros na última sexta-feira (1º).
A representação foi protocolada pela vereadora Edna Sampaio (PT) e argumenta que a conduta de Paccola “extrapola qualquer limite suportável e e rebaixa a Casa Legislativa”. O documento pede ainda que ele responda por quebra de decoro parlamentar, o que pode culminar na perda do mandato do vereador.
“Senhor Presidente, a conduta do representado, na última sexta-feira, extrapolou qualquer limite suportável do mínimo de decoro exigível do agente político no exercício de seu mandato”, cita o documento.
No despacho, a vereadora do PT também pede a intimação da namorada da vítima Janaína Sá. A mulher estava com o agente no momento em que ele foi morto na avenida Filinto Muller, por volta das 19 horas.
Durante a manhã, Edna já havia antecipado que faria o pedido. Em entrevista à imprensa, ela disse que é necessário que o Parlamento Municipal faça uma análise dos fatos de forma paralela ao inquérito que já é conduzido pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
“Eu entendo que as coisas relacionadas ao crime tem que ser investigadas pelas autoridades competentes. Porém, a nossa investigação aqui é no âmbito do decoro parlamentar. Isso não abrange não só o comportamento do vereador dentro da Câmara, como fora dela”, pontuou.
Já o presidente da Comissão de Ética, vereador Lilo Pinheiro (PDT), também defendeu que os fatos precisam ser esclarecidos e disse que o grupo vai analisar todas as representações que chegarem ao núcleo parlamentar.
“Esse é um fato que vai precisar ser esclarecido. O pedido de afastamento é uma decisão que cabe ao vereador Paccola. Toda e qualquer representação que chegar a Comissão de Ética, com base regimental, será analisada”, finalizou.