Na tarde de ontem (24), a crise na saúde pública de Sinop voltou a ganhar os holofotes após um episódio de revolta na Policlínica Municipal.
Um paciente, indignado com a longa espera de mais de seis horas por atendimento, arremessou uma pedra contra o vidro da recepção, gerando pânico entre os funcionários e outros usuários do local.
A situação só foi controlada com a chegada da Polícia Militar, que conduziu o autor do ato à delegacia. O episódio escancarou o cenário preocupante enfrentado pelas unidades de saúde do município, marcadas por superlotação, demora nos atendimentos e falta de profissionais.
Enquanto isso, na UPA André Maggi, o cenário não era diferente. Com dezenas de pacientes em busca de atendimento, vídeos e publicações nas redes sociais expuseram o caos na unidade.
A pressão popular ganhou força após a intervenção do vereador e advogado Dr. Marcos Vinícius, que esteve pessoalmente nas duas unidades de saúde na tentativa de amenizar a crise.
O parlamentar solicitou, diretamente à empresa terceirizada responsável pela gestão da saúde municipal, o envio emergencial de médicos. Em vídeos divulgados em suas redes sociais, é possível acompanhar as tratativas, que incluíram também a presença do secretário municipal de Saúde.
Como resultado, foi disponibilizado um médico adicional para a Policlínica e dois profissionais para reforçar o atendimento na UPA.
Em entrevista ao Foco News MT, Dr. Marcos Vinícius criticou a condução da saúde pública pela gestão atual e defendeu maior investimento na área. “É inadmissível uma pessoa sair de casa buscando atendimento e acabar na delegacia. Conseguimos, com o apoio do secretário, reforço médico temporário, mas isso é apenas um paliativo.
A Prefeitura precisa priorizar a saúde e não destinar recursos a eventos privados. A população está clamando por socorro”, afirmou.
O vereador também relembrou que foi de sua autoria o requerimento que resultou no afastamento da ex-secretária de Saúde e alertou para possíveis irregularidades na construção do novo Hospital Municipal. De acordo com ele, há indícios de superfaturamento na obra, que devem ser investigados.
Os episódios de quarta-feira aumentam ainda mais o descontentamento popular com os serviços de saúde pública em Sinop e levantam questionamentos sobre a gestão de recursos e as prioridades da administração municipal.
