A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR) deflagrou nesta segunda-feira (29) a Operação Perfídia, que apura um esquema de corrupção na Câmara Municipal de Cuiabá envolvendo a empresa responsável pelas obras do Contorno Leste. Entre os alvos da investigação estão os vereadores Sargento Joelson e Chico 2000, que foram afastados das funções parlamentares por determinação judicial.
Ao todo, foram cumpridas 27 ordens judiciais em Cuiabá, incluindo mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos parlamentares, além de quebra de sigilos telefônicos e eletrônicos, sequestro de bens, imóveis e valores. A operação também inspecionou os sistemas de monitoramento da Câmara Municipal.
Além dos dois vereadores, são investigados um empresário e dois funcionários da empresa contratada para a execução das obras. A DECCOR informou que a investigação teve início após denúncia recebida em 2023, relatando que vereadores teriam solicitado pagamento de propina para viabilizar, por meio da aprovação de projeto legislativo, o repasse de recursos públicos à empresa.
Segundo a Polícia Civil, parte dos valores ilícitos foi depositada em conta bancária indicada por um dos vereadores. A outra parte teria sido paga em dinheiro vivo, entregue diretamente no gabinete de um dos parlamentares, local onde também teriam ocorrido as negociações.
Como medida cautelar, os investigados estão proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e com servidores da Câmara, além de estarem impedidos de acessar as dependências do legislativo municipal ou visitar o canteiro de obras do Contorno Leste. Eles também devem permanecer em Cuiabá, salvo autorização judicial, e entregar seus passaportes às autoridades.
Em nota oficial, a Câmara Municipal confirmou o cumprimento de três mandados de busca e o afastamento dos vereadores. “Caso mantidos os afastamentos, os suplentes assumirão as cadeiras no parlamento. A Câmara está colaborando com o levantamento das informações solicitadas pela Polícia Civil”, declarou o legislativo.
Até o momento, os vereadores Sargento Joelson e Chico 2000 não se pronunciaram sobre as acusações.
