Vereadores divergem sobre encerramento da investigação contra Adenilson Rocha

A Comissão Processante designada para apurar a denúncia de abuso de poder político cometido pelo vereador de Sinop, Adenilson Rocha (PSDB), não chegou a um consenso. De um lado o relator da comissão pede o arquivamento do processo, considerando a denúncia infundada. De outro, o terceiro membro questiona o trabalho da comissão e promete produzir seu próprio relatório final.

O relator da Comissão processante é o vereador Dilmair Callegaro, colega de partido de Adenilson. Durante a sessão ordinária da última segunda-feira (12), Dilmair leu em tribuna um documento que redigiu, apresentando o mesmo como “o relatório final” da comissão processante. Em sua fala, Dilmair frisou que a comissão não constatou a quebra de decoro supostamente praticada por Adenilson. O relator destacou que em nenhum momento houve a participação direta do vereador nos atos denunciados, que “faltam indícios de autoria” ou mesmo materialidade. “Assim decidimos pelo arquivamento”, declarou Dilmair.

O relatório de encerramento foi anuído pelo presidente comissão, Ademir Bortoli (PRB). Além de Dilmair e de Bortoli, a comissão tem como membro o vereador Moises Tavares (PL). Foi ele que fez a objeção ao fim dos trabalhos. Ainda em tribuna, Moises pediu para o presidente da Câmara, Élbio Volksweis um prazo de 10 dias para entregar um relatório paralelo.

Ao GC Notícias Moisés disse que tomou ciência da entrega do relatório e do encerramento da comissão minutos antes da sessão. Para ele, a comissão foi negligente e cometeu crime de prevaricação, ao fazer uma apuração superficial. “A comissão não ouviu os denunciantes, não cumpriu com o papel. Teve duas reuniões e encerrou”, declarou.

Embora critique a comissão por ter encerrado os trabalhos sem ouvir os denunciantes, Moisés não trará os depoimentos dos envolvidos em seu relatório paralelo. O documento, explicou o vereador, vai narrar como foi o processo realizado pela comissão, a falta de empenho em buscar esclarecer os fatos e a negligência em não colher os depoimentos dos servidores que efetuaram a denúncia.

O processo contra Adenilson Rocha foi aberto durante o período eleitoral, a pedido da Corregedoria Interna da Câmara. A denúncia acolhida narrava que secretários da administração municipal (prefeitura), estavam coagindo os servidores para que votassem em Rocha para deputado estadual. Na mesma época os dois vereadores que se embatem sobre o encerramento da comissão também estavam em campanha eleitoral. Dilmair fechava uma “dobradinha” com Rocha, disputando o cargo de deputado federal. Já Moisés era rival, concorrendo uma vaga de deputado estadual pelo PL.

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