Durante a sessão da Câmara Municipal de Sinop, realizada nesta segunda-feira (16), o vereador Dr. Marcos Vinícius levantou graves suspeitas de superfaturamento na contratação do cantor Léo Santana para um show no município.
Segundo o parlamentar, o valor pago pela apresentação supera o cachê de artistas que figuram entre os dez mais ouvidos do Brasil.
Em discurso na tribuna, Dr. Marcos apresentou comparativos de mercado e questionou o critério utilizado para a escolha do artista e o valor do contrato. “Como justificar que um artista que sequer está entre os mais ouvidos do país receba mais que grandes nomes da música nacional? É um absurdo!”, afirmou.
O vereador também fez referência a contratações anteriores de Léo Santana por outras prefeituras, todas por meio de inexigibilidade de licitação, modalidade que permite a contratação direta em casos de inviabilidade de competição.
Segundo ele, em outras cidades o mesmo artista já foi alvo de investigações do Ministério Público por contratos semelhantes, inclusive com valores inferiores aos pagos em Sinop.
O vereador Dr. Marcos Vinícius apontou ainda o que classificou como um padrão de falta de transparência na atual administração.
Como exemplo, citou a obra do novo Hospital Municipal, que, segundo ele, já consumiu cerca de R$ 10 mil por metro quadrado, mesmo sendo uma estrutura pré-moldada e ainda não inaugurada. “Mais uma vez, os números não fecham. O interesse público parece sempre em segundo plano”, criticou.
A saúde pública também entrou na pauta das denúncias. O parlamentar lembrou os constantes atrasos nos pagamentos dos colaboradores da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a falta de investimentos em infraestrutura e pessoal. Para ele, os altos gastos com eventos culturais contrastam com a situação precária de setores essenciais.
O vereador ainda fez duras críticas ao Projeto de Lei 014/25, que trata de investimentos públicos na área da cultura. De acordo com Dr. Marcos, a proposta enviada à Câmara não prevê limites claros de gastos e carece de mecanismos de fiscalização eficientes. “O texto original abre margem para abusos e má gestão dos recursos públicos”, alertou.
Encerrando sua fala, Dr. Marcos Vinícius foi direto: “Eu oro e rezo para que não exista uma ‘Máfia da Cultura’ em Sinop. Espero que não haja um esquema de superfaturamento na contratação de shows enquanto pessoas morrem nas filas dos hospitais”, concluiu.