A decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) de afastar o prefeito de Cuiabá (MDB), sob acusação de organização criminosa, nesta segunda-feira (04), teve como base a operação Cartão Postal, que investigou a prefeitura de Sinop. A confirmação veio após a justiça decidir pela quebra do sigilo do processo.
Segundo o requerimento do Ministério Público ao TJMT, Emanuel Pinheiro foi apontado como um dos líderes de uma organização criminosa que desviou recursos públicos, estimados em R$ 1,2 bilhão. Emanuel é acusado de autorizar pagamentos a empresas que participaram do esquema por meio de contratos fraudulentos, muitos deles firmados sem licitação, para a prestação de serviços.
O documento cita ainda três pessoas associadas a Emanuel Pinheiro que foram presas em Sinop na operação ‘Cartão Postal’, entre elas estão o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, e Hugo Florêncio de Castilho, advogado do prefeito afastado.
A reportagem entrou em contato com o Ministério Público em busca de esclarecimentos sobre a contribuição da Operação Cartão Postal na decisão de afastar o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro. Em resposta, o promotor Carlos Zarour explicou que a Operação Cartão Postal possivelmente identificou a atuação de uma organização criminosa na Secretaria de Saúde de Cuiabá, o que fundamentou o pedido de afastamento.
Quanto à possível conexão entre os esquemas de corrupção investigados em Sinop e os eventos ocorridos na prefeitura de Cuiabá, o Ministério Público informou que não fornece informações detalhadas devido ao sigilo das investigações. No entanto, as investigações relacionadas aos esquemas de corrupção envolvendo as duas prefeituras ainda estão em andamento, conforme afirmado pelo promotor Zarour.
A Operação Cartão Postal, realizada em outubro do ano passado, bloqueou R$ 87,4 milhões em bens dos investigados e cumpriu 32 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos das medidas estão a ex-secretária de saúde, Daniele Galhardo, afastada do cargo por determinação da Justiça, e o procurador geral da prefeitura de Sinop, Ivan Schneidder, com imoveis e carros de luxo apreendidos.
