A maioria da bancada federal de Mato Grosso assinou o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará um esquema de fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estima-se que, entre 2019 e 2024, cerca de R$ 6,3 bilhões tenham sido desviados por meio de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas.
O requerimento da CPI foi apresentado pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e já conta com 185 assinaturas — número superior às 171 necessárias para sua abertura. Chama atenção o apoio expressivo de parlamentares da base governista: 81 signatários pertencem a partidos como União Brasil, Republicanos, PP, MDB e PSD, todos com espaço no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A fraude veio à tona durante a operação “Sem Desconto”, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). As investigações revelaram que diversas entidades sindicais vinham aplicando descontos indevidos nos benefícios previdenciários de milhares de brasileiros. Parte dessas organizações, inclusive, operava no mesmo endereço, o que levantou fortes indícios de atuação coordenada.
A expectativa com a instalação da CPI é que as apurações sejam aprofundadas, resultando na responsabilização dos envolvidos e na recuperação dos valores desviados. Além disso, os parlamentares esperam propor medidas eficazes para impedir que fraudes semelhantes voltem a ocorrer no sistema previdenciário brasileiro.
