Sinop: Mesmo com ordem judicial, jovem espera cirurgia cardíaca há uma semana

Internada no Hospital de Sinop,paciente corre risco de morte
O que você gostaria de ganhar no seu aniversário de 21 anos? Mara Weslaine da Silva Ferreira quer apenas a chance de continuar vivendo. Ela está internada no Hospital Regional de Sinop, aguardando por uma cirurgia cardíaca. Seu quadro de saúde é grave.
Mara mora no Jardim Araguaia, em Sinop, e completa 21 anos de idade hoje, dia 24 de maio. Desde o dia 18 ela espera por um “presente” que o Estado ainda não conseguiu lhe dar – mesmo com uma ordem judicial para que a cirurgia fosse realizada, seja na rede pública ou privada.
Antes de atingir a maior idade, quando tinha apenas 17 anos, Mara foi diagnosticada com lúpus – uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos. No caso dela, particularmente os rins. Há dois anos veio o diagnóstico de doença crônica dialítica. No dia 9 desse mês, quando passava por uma sessão de hemodiálise, Mara sentiu uma forte dor no tórax e foi encaminhada para a UTI do Hospital Santo Antônio com o quadro de colicistite aguda. No dia seguinte passou por um procedimento e recebeu alta da cirurgia geral no dia 14.
O médico que atendeu a paciente abriu uma investigação para apurar uma possível quadro de endocardite – que é uma inflação nas estruturas internas do coração. Os exames mostraram um aneurisma/dissecção aórtica. Esse distúrbio, frequentemente fatal, ocorre quando a camada interna da aorta – maior artéria do coração – se rompe e se separa da camada intermediária.
Mara precisa de uma cirurgia cardíaca urgente para reverter o quadro. Como a família não possui recursos para arcar com o procedimento, eles buscaram a justiça, através da Defensoria Pública. O processo foi aberto no dia 17 de maio e, no dia seguinte, o juiz da 6ª vara da comarca de Sinop, Mirko Gianotte, já tinha se manifestado sobre o caso.
A decisão liminar determinava que o Estado, através da secretaria de Saúde, providenciasse o procedimento. Mara, desde então continua internada no Hospital Regional de Sinop – onde não são feitas cirurgias cardíacas. A referência em cirurgias desse tipo na rede estadual de saúde é o Hospital Geral de Cuiabá e também o Hospital Estadual Santa Casa.
Desde o dia 18, quando a primeira liminar foi expedida, Mara não conseguiu uma vaga em nenhuma das duas unidades. Os médicos responsáveis pelas Centrais de Regulação desses hospitais apontaram completa lotação.
Ontem, terça-feira (23), o juiz Mirko Gianotte expediu um novo despacho. O mandato de intimação urgente determina que o Estado de Mato Grosso faça imediata transferência de Mara para o Hospital Geral de Cuiabá, sob pena de “responsabilização civil, criminal e administrativa na hipótese da paciente sofrer sequelas ou falecer em razão do descumprimento ou cumprimento tardio da citada ordem”.
Mas até agora a ordem não foi cumprida. Nesta quarta-feira, os advogados da Defensoria Pública solicitaram ao Hospital Regional de Sinop informações sobre o quadro de saúde de Mara e a evolução das complicações. A família tem buscado ajuda para tentar fazer a decisão judicial ser cumprida.
O Hospital Regional de Saúde tem feito a manutenção da paciente e buscado a regulação para a transferência.

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