A Justiça Eleitoral rejeitou as tentativas de anulação das provas apresentadas contra Nei Francio e Alei Fernandes, alvos de investigação após a apreensão de R$ 300 mil em uma abordagem realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sorriso (MT).
As defesas alegavam irregularidade na ação policial, motivação política e quebra da cadeia de custódia, mas os argumentos não foram aceitos.
Segundo decisão obtida, a defesa de Nei Francio afirmou que não havia justificativa para a abordagem e apontou que um dos agentes da PRF seria filiado ao MDB, partido adversário político, o que configuraria possível perseguição. No entanto, o juiz destacou que a abordagem foi legal e fundamentada, pois o condutor desobedeceu à ordem de parada e tentou fugir ao adentrar o perímetro urbano da cidade.
O boletim de ocorrência descreve que a PRF realizava patrulhamento ostensivo na BR-163 quando o veículo foi sinalizado para parar. Diante da recusa, a tentativa de evasão levantou suspeitas, legitimando a busca veicular. Durante a revista, foram encontrados R$ 300 mil em espécie. Posteriormente, as investigações apontaram que o dinheiro teria como destino a campanha eleitoral de Alei Fernandes.
Ainda segundo a decisão, não há indícios de que a abordagem tenha sido motivada por interesses pessoais ou políticos.
O juiz observou que a ação foi conduzida por uma equipe e que, na ocasião, um adesivo da campanha de Alei estava posicionado no vidro traseiro do veículo — impossibilitando sua visualização prévia, principalmente à noite.
A apreensão dos valores resultou em uma operação da Polícia Federal que apura suspeita de caixa dois na campanha de Alei Fernandes. Na época, o Ministério Público chegou a pedir a cassação da chapa eleita, quase impedindo a diplomação do prefeito e seu vice.
Com a decisão da Justiça Eleitoral, os atos investigativos permanecem válidos e o caso segue sob análise da Polícia Federal e do Ministério Público.
