O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa básica de juros da economia brasileira de 13,25% para 14,25% ao ano.
A decisão foi unânime entre os membros do colegiado. Com o novo patamar, a Selic atinge o maior nível desde 2016, quando o índice também alcançou 14,25% durante a crise econômica que marcou os últimos anos do governo Dilma Rousseff, encerrado com seu impeachment em agosto daquele ano.
A Selic é a principal referência para as taxas de juros cobradas em empréstimos, financiamentos e outras operações de crédito. Na prática, a elevação encarece o custo do crédito para consumidores e empresas, impactando diretamente o consumo e os investimentos.
Em comunicado divulgado após a reunião, o Banco Central sinalizou que poderá promover um novo ajuste na taxa já na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 6 e 7 de maio. No entanto, o órgão deixou claro que, caso se confirme o cenário esperado, o aumento deve ser de menor intensidade.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, destaca o texto oficial.
Esta é a quinta alta consecutiva da Selic, num movimento que reflete a preocupação da autoridade monetária com a pressão inflacionária. Apesar do aperto nos juros, a economia brasileira segue mostrando sinais de aquecimento: em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 3,4%, segundo dados recentes.