Depois de acusar Bolsonaro de sumir com móveis do Palácio da Alvorada e comprar itens de luxo, o governo Lula encontrou todos os bens que estavam desaparecidos da residência oficial.
Um levantamento feito pela Comissão de Inventário Anual da Presidência concluiu em setembro que nenhum móvel tinha sido extraviado, mas esse tinha sido o argumento usado pelo presidente Lula para justificar a compra de R$ 196,7 mil de itens de luxo para a residência oficial. O caso foi revelado nesta quarta-feira (20) pela Folha de S. Paulo.
O caso começou a gerar uma forte reação da oposição. Pelas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro alegou que Lula fez uma falsa comunicação de furto. O ex-ministro de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que atua como um dos advogados de Bolsonaro, diz que a revelação é “mais uma farsa que cai”.
A revelação da Folha de S.Paulo mostra que inicialmente, ainda em 2022, a Comissão de Inventário Anual identificou que 261 bens não tinham sido localizados durante um levantamento do patrimônio no Alvorada. Uma nova conferência, desta vez em 2023, mostra que esse número diminuiu para 82 e, em setembro, identificou-se que nenhum móvel ou bem tinha sido extraviado.
Para a Folha de S. Paulo, a Secretaria de Comunicação chegou a informar que os móveis foram encontrados “nas diversas dependências” do Palácio da Alvorada, mas não forneceu mais detalhes.
Os móveis do Alvorada são motivo de polêmica desde a posse do presidente Lula. Na primeira semana do governo, a primeira-dama, Janja, abriu as portas do palácio e mostrou má conservação do mobiliário, infiltrações, janelas quebradas e apontou o desaparecimento de itens. Michele Bolsonaro, na época, se defendeu das acusações sobre o sumiço de móveis e sugeriu uma “CPI dos Móveis”.