Irã ameaça fechar o Estreito de Ormuz e pode disparar preço do petróleo no mundo todo

O Parlamento do Irã deu um passo importante nesta semana e aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, um dos pontos mais estratégicos do mundo para o transporte de petróleo e gás natural. A decisão ainda não é definitiva, pois precisa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e, por fim, do aval do líder máximo do país, o aiatolá Ali Khamenei.
O motivo da decisão foi um ataque recente dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas, autorizado pelo presidente Donald Trump. Esse bombardeio aumentou ainda mais a tensão entre os dois países, que já vinham trocando ameaças nos últimos meses.
O Estreito de Ormuz é uma estreita faixa de mar entre o Irã e a península Arábica, por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no planeta. Ou seja: se o canal for realmente fechado, milhões de barris de petróleo por dia vão parar de circular.
O resultado direto pode ocasionar aumento no preço da gasolina, do diesel, do gás de cozinha e de tudo que depende de transporte, o que, na prática, significa mais inflação e custo de vida mais alto em diversos países.
Além disso, o estreito também é rota de boa parte do gás natural liquefeito (GNL), principalmente o que sai do Catar, outro grande exportador.
A decisão iraniana também pode provocar reações fortes de outros países. Os Estados Unidos e seus aliados, como o Reino Unido, costumam patrulhar a área para garantir que as embarcações tenham passagem livre. Se o Irã tentar fechar de fato o estreito, o risco de confronto militar direto aumenta bastante.
Vários países importadores de petróleo, como China, Japão, Índia e várias nações europeias, também estão preocupados. Eles vão precisar buscar alternativas de abastecimento, mas a verdade é que não existe outra rota capaz de substituir o volume de petróleo e gás que passa por Ormuz.
O Estreito de Ormuz já foi cenário de muitas crises. Em 2019, por exemplo, a Guarda Revolucionária do Irã chegou a apreender navios britânicos e noruegueses. Desde 2024, com a guerra entre Israel e Gaza e os ataques israelenses à Síria, o Irã vinha ameaçando tomar essa medida como forma de retaliação.
Agora, com o aumento das tensões e a recente decisão no parlamento iraniano, o fechamento de Ormuz parece mais próximo do que nunca. O mundo observa com preocupação os próximos passos.

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