Pantanal enfrenta pelo menos 3 mil focos de fogo em apenas 15 dias

Pelo menos 3 mil focos de incêndio, em apenas 15 dias, foram registrados no pantanal do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Nos dois estados, as chamas consumiram aproximadamente 950 mil hectares somente este ano, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre os motivos para o aparecimento de tantos focos estão a falta de chuvas e as altas temperaturas.

Isso representa aproximadamente 7% do bioma foi consumido pelas chamas. Segundo os dados levantados pelo Lasa, esse percentual representa três vezes mais do que no mesmo período de 2022, quando os incêndios atingiram 316 mil hectares. Apenas este mês, são mais de 2,3 mil focos.

Segundo o governo sul-matogrossense, 200 servidores estaduais e federais atuavam no combate ao fogo em oito frentes. Em algumas regiões, as chamas persistem há mais de uma semana, favorecidas pela estiagem, calor e ventos fortes. No Passo da Lontra, em Piranhas, a linha de fogo avançou 50km em cinco dias.

Aeronaves do Grupo de Operações Aéreas (GOA), os bombeiros e a Polícia Ambiental atuam em áreas de difícil acesso. “Em algumas regiões, como Paiaguás, na divisa com o Mato Grosso, os bombeiros militares só chegaram em aeronaves, pois o acesso por terra é quase impossível”, disse a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do Centro de Proteção Ambiental do GOA. O fogo deixou um rastro de aves e pequenos animais mortos, mas ainda não foi feito um levantamento da fauna atingida.

Os incêndios que consomem o Pantanal atingem, desde quarta-feira, as duas margens da Rodovia Transpantaneira, em Poconé (MT). A estrada cruza todo o bioma no estado e é o único acesso por terra para fazendas, pousadas e vilas da região. As chamas, concentradas na região de Porto Jofre, às margens do Rio Cuiabá, na divisa com o Mato Grosso do Sul, são combatidas por terra e pelo ar, com o uso de aeronaves.

Conforme o Corpo de Bombeiros, este ano está sendo considerado atípico devido à falta de chuvas e às ondas de calor que atingem a região, favorecendo a propagação das chamas. Na terça-feira, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, esteve em Cuiabá para verificar a situação do bioma e oferecer apoio. No mesmo dia, o governo do Mato Grosso publicou um decreto de emergência ambiental válido por 60 dias.

GALERIA DE FOTOS

Gostou? compartilhe
COMENTÁRIOS
VEJA TAMBÉM
plugins premium WordPress