Sinop: Vereador Marcos Vinícius denuncia possíveis irregularidades em contratos milionários da Prefeitura

Em um discurso contundente na tribuna da Câmara Municipal, o vereador Dr. Marcos Vinícius voltou a levantar suspeitas sobre os altos gastos da Prefeitura de Sinop com decoração natalina e eventos festivos. Segundo ele, desde 2022 o município mantém contratos anuais que somam cerca de R$ 5,15 milhões por ano, destinados à decoração de Natal, Réveillon, Festival de Praia e aniversário da cidade ,valor que ultrapassa R$ 20 milhões em quatro anos, sempre por meio do sistema de carona em ata, sem realização de novas licitações.
O parlamentar questiona a insistência da gestão em renovar contratos milionários para a mesma finalidade, sem buscar alternativas mais econômicas. Para ele, a Prefeitura poderia adquirir a estrutura decorativa, armazená-la e contratar apenas a montagem quando necessário, o que evitaria o pagamento anual a um mesmo grupo de fornecedores.
Durante a fala e em vídeo publicado nas redes sociais, Marcos Vinícius rebateu a versão apresentada pela Secretaria Municipal, que negava tratar-se da mesma empresa. Ele aponta que, apesar de os contratos constarem sob CNPJs distintos, os sócios possuem o mesmo sobrenome, o que, segundo ele, sugere uma estratégia recorrente em cenários de corrupção para manter o controle de contratos públicos nas mãos de um mesmo grupo empresarial.
O vereador também afirmou que suas denúncias vêm incomodando setores da administração. Ele relembrou um episódio de 2023, quando uma secretária foi retirada do cargo pela polícia após investigação que revelou desvio de R$ 87 milhões na saúde municipal.
Para Marcos Vinícius, acreditar que a estrutura entregue em eventos justifica valores próximos a R$ 20 milhões é “insultar a inteligência da população sinopense”.
Além da decoração, o parlamentar voltou a criticar os gastos com shows e contratações artísticas. Citou o caso do cantor Léo Santana, que, segundo ele, recebeu R$ 650 mil para uma apresentação de menos de uma hora em Sinop, enquanto, uma semana depois, teria realizado show por R$ 200 mil em São Paulo.
O vereador também destacou que, além do contrato principal, a Prefeitura arca com gastos extras envolvendo cachês e estrutura de eventos.
Em sua fala, Marcos Vinícius relacionou o alto investimento em festas às dificuldades enfrentadas pelo município: atrasos no pagamento de médicos, falta de premiação dos Jogos Olímpicos Municipais, contratos elevados de coleta de lixo, qualidade duvidosa do asfaltamento e demora na entrega do hospital pré-moldado — que, segundo ele, está entre os mais caros do país.
O vereador classificou a postura da gestão como política de “pão e circo”, mas ressaltou que, na prática, “falta pão na mesa de quem precisa, enquanto o circo é abundante, fazendo mais de 200 mil pessoas de palhaço”.
Marcos Vinícius afirmou aguardar uma análise mais profunda por parte do Ministério Público e reforçou que os valores divulgados se referem apenas ao período pós-2022.
Ele disse possuir informações de anos anteriores, mas que, por ora, não serão apresentadas. O parlamentar ainda questionou o motivo de os contratos milionários envolverem, repetidamente, as mesmas pessoas, empresas e vínculos familiares.
Até o momento, a Prefeitura de Sinop não se manifestou oficialmente sobre as declarações. O espaço permanece aberto para posicionamento.

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