Tiro disparado pela própria PF ricocheteou e matou delegado

A Polícia Federal informou que o delegado Roberto Moreira da Silva Filho, de 35 anos, que morreu em uma operação contra a extração ilegal de madeira, na Terra Indígena Aripuanã, em Mato Grosso, usava todos os equipamentos de segurança necessários para esse tipo de ação, incluindo o colete salva-vidas, mas que morreu ao ser atingido com um tiro na cabeça, neste sábado.

O disparo que matou o agente federal partiu da arma dos próprios policiais, que reagiram a uma tentativa de atropelamento do motorista de um caminhão que transportava madeira retirada ilegalmente da área.

Durante a abordagem policial, o motorista jogou o veículo contra os agentes, segundo a PF. Ao bater no caminhão, uma bala ricocheteou – voltou – e acertou o delegado, que coordenava a Operação Onipresente, que combate crimes ambientais em Mato Grosso e já teve várias fases.

Uma equipe de peritos foi até o local da morte usando um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). O corpo de Roberto Filho foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Aripuanã para a necropsia.

Em uma das fases, em março deste ano, a operação prendeu um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) acusado de repassar informações aos garimpeiros para que escapassem da polícia, e um cacique acusado de envolvimento no esquema e de receber propina para permitir a exploração da terra, tanto para a atividade garimpeira quanto madeireira.

No mês passado, no mesmo local, um madeireiro também tentou atropelar uma equipe da PF nessa mesma operação. O homem foi preso.

Roberto Filho era de Brasília e estava há menos de dois anos em Mato Grosso, com a missão de atuar no combate a crimes ambientais. Atualmente, ele era chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (DELEMAPH-MT).

Nos últimos meses, várias operações foram deflagradas contra garimpos ilegais e extração de madeira sem autorização no estado, inclusive em terras indígenas.

Pelas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres lamentou o ocorrido e afirmou que recebeu a notícia com “imenso pesar”.

 

 

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