O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta quarta-feira, 4 de junho de 2025, a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
A decisão foi tomada após a parlamentar deixar o Brasil, mesmo condenada pelo STF a 10 anos de prisão em regime fechado.
Zambelli foi condenada, no dia 14 de maio, de forma unânime pela Primeira Turma do Supremo. Ela responde pelos crimes de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. De acordo com a acusação, a deputada contratou o hacker Walter Delgatti Neto para inserir um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Alexandre de Moraes no sistema do CNJ.
Além da pena de 10 anos de prisão, a sentença também determinou a perda de seu mandato e o pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos. Apesar de ainda ter possibilidade de recorrer da decisão, Zambelli deixou o país, alegando perseguição judicial e supostos problemas de saúde. Informações apontam que ela está atualmente nos Estados Unidos, com planos de seguir para a Europa.
Diante desse cenário, Moraes entendeu que a saída do país configura tentativa de fuga da Justiça brasileira. Como resposta, além da prisão preventiva, o ministro determinou a inclusão do nome da deputada na lista de difusão vermelha da Interpol, para que seja localizada e possa ser presa em qualquer país membro do organismo internacional.
Outras medidas também foram aplicadas: bloqueio do passaporte diplomático e das contas bancárias de Zambelli, além da suspensão do uso de qualquer verba da Câmara dos Deputados pela parlamentar.
Na decisão, Moraes afirmou que as atitudes de Zambelli demonstram “inequívoca intenção de se furtar da aplicação da lei penal”, principalmente diante da iminente perda de seu mandato e do cumprimento da pena de prisão em regime fechado.
A defesa da deputada ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão.
