Santa Casa de Cuiabá pode encerrar atividades após mais de 200 anos de história

A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, um dos marcos mais antigos da capital mato-grossense, enfrenta uma possível desativação após 208 anos de funcionamento. Fundada em 1817, quando Cuiabá ainda era subordinada à então capital Vila Bela da Santíssima Trindade, a instituição foi o primeiro hospital da cidade e do estado, exercendo papel fundamental na ocupação do bairro Bandeirantes.
Apesar de sua relevância histórica e social, o hospital caminha para um desfecho definitivo. O Governo de Mato Grosso anunciou que a unidade será desativada assim que o novo Hospital Central,que será administrado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, for inaugurado, o que está previsto para ocorrer até setembro deste ano.
Na semana passada, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) autorizou a venda do complexo hospitalar da Santa Casa, avaliado em aproximadamente R$ 78 milhões. Os recursos arrecadados deverão ser destinados ao pagamento de dívidas trabalhistas acumuladas em mais de 470 processos, totalizando cerca de R$ 43 milhões e se arrastando há mais de cinco anos. Um edital de leilão com os detalhes da negociação será publicado nos próximos dias.
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, manifestou interesse em transferir os atendimentos do Hospital São Benedito para a estrutura da Santa Casa. No entanto, afirmou que o município não tem recursos para adquirir o imóvel e apelou ao Governo do Estado para que faça a compra e repasse a gestão ao município.
Até o momento, o governo estadual não se posicionou oficialmente. Apesar do tempo de funcionamento, profissionais da área garantem que a estrutura da Santa Casa está apta a seguir operando sem a necessidade de grandes reformas. O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou que, caso o município aceite assumir a gestão, a unidade poderá ser entregue pronta para funcionamento, com todos os equipamentos e insumos já disponíveis.
O destino de uma das instituições mais emblemáticas de Cuiabá segue incerto, e sua possível desativação marca um ponto sensível na história da capital mato-grossense, que completou 306 anos em 2025.

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