Concessionária que administra BR-163 arrecadou R$ 2,9 bilhões em pedágio; apenas 26,5% da obra de duplicação em MT foi executada

A concessionária que administra a BR-163, onde ocorreu o acidente que matou oito pessoas nessa terça-feira (17), arrecadou R$ 2,9 bilhões em pedágio desde o início do funcionamento das praças, em setembro de 2015, até abril deste ano. Quando o contrato foi firmado entre o governo federal e a Rota do Oeste, ficou estabelecido um investimento para todas as frentes de R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões somente para a duplicação, que ainda não ocorreu.

Um trecho de 453 km que corta Mato Grosso já deveria ter sido duplicado, conforme previsto em contrato, há oito anos. Até agora, a duplicação foi feita em apenas 120 km, restando 328 km para o término das obras.

As obras de infraestrutura estão paradas desde 2016, o que causou um cenário de prejuízo ao usuário e empresas de transporte que trafegam pela região.

A Rota do Oeste alega dificuldades financeiras para continuar cuidando da estrada e, por isso, não pôde realizar as manutenções necessárias para atender o fluxo de veículos na pista.

“A duplicação foi interrompida após a conclusão de 120 km no sul do estado, por diversos motivos alheios à vontade da Rota do Oeste. Entre eles citamos principalmente a não concessão do financiamento público conforme previsto, aumento jamais visto nos insumos derivados do petróleo (asfalto e combustíveis) e a queda na projeção de tráfego devido aos maus momentos econômicos do país, entre outros”, diz.

De acordo com a empresa, desde o início da assinatura do contrato, em março de 2014, até abril de 2022, foi investido R$ 3,5 bilhões, considerando investimento em obras, recuperação do pavimento, atendimento operacional e pagamento de imposto a 19 municípios.

A concessionária diz ainda que todo o valor arrecadado em pedágio foi integralmente revertido para a manutenção dos 850 quilômetros sob concessão.

O governo de Mato Grosso, por sua vez, cita que a falta de infraestrutura na BR não é culpa do estado, já que o trecho é de responsabilidade federal. O estado diz que, apesar disso, tem cobrado uma solução do governo federal para que traga mais segurança aos usuários que dependem da rodovia.

O Ministério de Infraestrutura informou que, em 1º de abril deste ano, assinou um contrato com a empresa Via Brasil, em que garantiu R$ 1,76 bilhão em investimentos pelos próximos 10 anos em trechos da BR-163.

As melhorias estão previstas para ocorrerem em até cinco anos após a concessão. A proposta também prevê a construção de 42,87 quilômetros de faixas, 30 km de vias marginais, oito dispositivos de interconexão em desnível, sete passarelas de pedestres e implantação de 340 km de acostamentos.

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